Verbo FM

O amor resiste à quarentena?

por Godofredo Couto (Campina Grande-PB)
*Graduado na Escola de Ministros Rhema

Há uma frase que diz “longe dos olhos, longe do coração”. Ela resume como o amor pode esfriar quando a pessoa amada se afasta fisicamente durante um bom tempo. E se for o contrário? O amor vai aumentar? Será que o isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19 também provocou uma onda de “perto dos olhos, perto do coração”. 

Se formos levar em conta uma notícia da Agência Brasil, a procura por divórcio aumentou, consideravelmente, durante o período da pandemia, pois o convívio intenso na quarentena tem sobrecarregado física e emocionalmente as famílias. Segundo a matéria, cerca de 70% dos pedidos de divórcio são iniciados pelas mulheres, que reclamam da tripla jornada de trabalho em casa. 

Em outra agência de notícias, uma empresa especializada em divórcios relatou que houve um aumento de 177% na procura por advogados para consultoria em divórcio, em comparação com o mesmo período de 2019. Já um levantamento do Google mostrou que houve um aumento de 9.900% no interesse pelo termo “divórcio online gratuito” somente no mês de abril de 2020, quando a crise mundial ainda estava no início. 

No Brasil, os cartórios de notas registraram, entre os meses de maio e junho deste ano, um aumento de 18,7% nos divórcios consensuais, facilitados pela autorização de serem realizados por videoconferência. Se levarmos em conta as dificuldades de acesso à internet de boa parte da população, esse crescimento foi bem significativo.

Por tudo isso, podemos afirmar que passar o dia inteiro com o cônjuge é prejudicial? Depende. Cada família vive uma situação. A forma como cada um vai lidar com a pandemia depende de vários fatores, como o tipo de atividade que os casais desenvolvem, o tamanho da residência, a idade de cada um, o tempo de convivência, a administração do cotidiano familiar e, especialmente, o relacionamento que cada um tem com Deus.

A Bíblia diferencia bem o comportamento do homem natural do homem espiritual. Quem não nasceu de novo, age conforme os valores mundanos que possui, os ensinos que aprendeu em casa e na sociedade. Sem Deus, o homem tem mais facilidade em “cair” na tentação de desistir. 

“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Coríntios 2.14).

O cristão age de forma diferente do não cristão em diversas áreas, incluindo o casamento. Ele conta com recursos espirituais para vencer as dificuldades. Na quarentena, não poderia ser diferente. Vale lembrar que a pandemia, embora tenha surpreendido o mundo, não pegou Deus de surpresa. Ele sabe que podemos passar por ela firmes e motivados espiritualmente, o que é a base para fortalecermos nossos relacionamentos.

Está escrito que Deus odeia o divórcio e a Palavra ensina que o homem deve viver com sua esposa até que a morte os separe. E felizes. Jesus nos prometeu uma vida abundante. E o divórcio, com certeza, não faz parte disso. Se já formos felizes individualmente em Deus será muito mais fácil sermos felizes um com o outro. O Salmo 28 diz, na linguagem de hoje, que o homem que teme ao Senhor é feliz em todas as áreas de sua vida (versos 1 e 2).

Claro que não podemos negar o aumento da possibilidade de conflitos entre casais devido ao maior tempo de convivência. Como eu também estou vivendo o isolamento e ainda estou trabalhando em home office, sei muito bem o que é isso. O que devemos fazer para superar essa fase é seguir os conselhos bíblicos para orarmos e vigiarmos sempre. A vida com Deus nos torna mais parecidos com Ele a cada dia. Essa constância nos leva a vivenciarmos o fruto do Espírito que já existe dentro de nós, como o amor, a paciência e o domínio próprio. 

O Espírito também nos guia. Ele nos dá sabedoria, graça e criatividade para sermos felizes em tempo e em fora de tempo. É em casa onde demonstramos quem realmente somos e o nível de crescimento espiritual que alcançamos. 

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

Paulo nos aconselha de forma muito sábia que não devemos nos conformar, ou tomar a forma, dos valores deste mundo (que apresenta um número crescente de divórcios), mas devemos renovar a nossa mente (especialmente com a Palavra de Deus). Assim, sempre vamos viver a alegria de desfrutar a vontade do nosso Deus, boa, perfeita e agradável. 

Como o amor de Deus já foi derramado em nossos corações (Romanos 5.5), com ele, vencemos mais facilmente as nossas limitações e imperfeições. Segundo I Coríntios 13.8, “o amor nunca falha”. Isso é segurança para os casais que confiam no Deus infalível, conseguindo a melhor forma de conviver com o excesso da presença do outro. A firmeza faz parte da vida do homem prudente.

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha”  (Mateus 7.24,25).

Sinceramente? Estou amando passar mais tempo em casa com a família. Vejo mais prós do que contras. Vamos pensar no lado positivo das coisas. No maior convívio com o cônjuge, temos mais oportunidades de beijá-lo, de fazer mais carinho e de dizer mais vezes o quanto o amamos. Essas coisas nunca são demais. 

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